Nessa unidade,
falaremos sobre o Realismo.
Realismo:
Nas obras em prosa, o
realismo atingiu seu ápice na literatura. Os romances realistas são de
caráter social e psicológico, abordando temas polêmicos para a sociedade da
segunda metade do século XIX. As instituições sociais são criticadas, assim
como a Igreja Católica e a burguesia. Nas obras literárias deste período, os
escritores também criticavam o preconceito, a intolerância e a exploração.
Sempre utilizando uma linguagem direta e objetiva.
Características do Realismo:
- Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental;
- Representação mais fiel da realidade;
- Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe;
- Influência dos métodos experimentais;
- Narrativa minuciosa (com muitos detalhes);
- Personagens analisadas psicologicamente;
- Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.
- Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe;
- Influência dos métodos experimentais;
- Narrativa minuciosa (com muitos detalhes);
- Personagens analisadas psicologicamente;
- Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.
O realismo na literatura brasileira:
Na literatura brasileira o realismo manifestou-se principalmente na prosa.Os
romances realistas tornaram-se instrumentos de crítica ao comportamento burguês
e às instituições sociais. Muitos escritores românticos começaram a entrar para
a literatura realista. Os especialistas em literatura dizem que o marco inicial
do movimento no Brasil é a publicação do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas
de Machado de Assis. Nesta obra, o escritor fluminense faz duras críticas
à sociedade da época. Outro escritor que teve sua história marcada neste
período foi Aluízio de Azevedo com obras importantes como Casa de Pensão e O
cortiço.
O realismo nas artes plásticas:
A tendência expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875). Também destaca-se Édouard Manet (1832-1883), ligado ao naturalismo e, mais tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que "encara" o espectador.
Algumas obras:
Os
Quebradores de Pedras – Gustave Courbet
Principais autores
Machado de Assis:
É considerado o maior escritor do século XIX, escreveu romances e contos, mas também aventurou-se pelo mundo da poesia, teatro, crônica e critica literária.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu em 1908. Foi tipógrafo e revisor tornando-se colaborador da imprensa da época.
“Memórias Póstumas da Brás Cubas” (considerado o divisor de águas na obra machadiana) “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”, revelam o interesse cada vez maior do autor de aprofundar a análise do comportamento do homem, revelando algumas características próprias do ser-humano como a inveja, a luxúria, o egoísmo e a vaidade, todas encobertas por uma aparência boa e honesta.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu em 1908. Foi tipógrafo e revisor tornando-se colaborador da imprensa da época.
“Memórias Póstumas da Brás Cubas” (considerado o divisor de águas na obra machadiana) “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”, revelam o interesse cada vez maior do autor de aprofundar a análise do comportamento do homem, revelando algumas características próprias do ser-humano como a inveja, a luxúria, o egoísmo e a vaidade, todas encobertas por uma aparência boa e honesta.
Um pouco mais sobre Machado de Assis.
Aluísio de Azevedo:
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo foi um crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas instituições. Abandonou as tendências românticas em que se formara, para tornar-se o criador do naturalismo no Brasil, influenciado por Eça de Queirós e Émile Zola. Seus temas prediletos, focados na realidade cotidiana, foram o anticlericalismo, a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e a vida do povo humilde.
A partir da publicação de seu primeiro romance, Uma lágrima de mulher (1880), em estilo romântico e extremamente sentimental, viveu durante 15 anos do que ganhava como escritor. Por isso, sua obra pode ser dividida em duas partes: a primeira, romântica, escrita para agradar o público e vender bem, de modo a garantir-lhe a sobrevivência. A segunda, naturalista, para expressar sua visão de mundo e as mazelas do Brasil. Foi esta que lhe deu destaque na história da literatura brasileira.
A partir da publicação de seu primeiro romance, Uma lágrima de mulher (1880), em estilo romântico e extremamente sentimental, viveu durante 15 anos do que ganhava como escritor. Por isso, sua obra pode ser dividida em duas partes: a primeira, romântica, escrita para agradar o público e vender bem, de modo a garantir-lhe a sobrevivência. A segunda, naturalista, para expressar sua visão de mundo e as mazelas do Brasil. Foi esta que lhe deu destaque na história da literatura brasileira.
Leia um pouco mais sobre Aluísio de Azevedo.
O cortiço – 1890, Aluísio de Azevedo.
Narrado em 3ª pessoa, a obra tem um narrador
onisciente que se situa fora do mundo narrado e/ou descrito. Há um total
distanciamento entre o narrador e o mundo ficcional. Há o predomínio na
narrativa do discurso indireto livre, o que permite ao autor revelar o
pensamento das personagens. A
visão do narrador é fatalista pois as camadas populares são vistas como animais
condenados ao meio social que habitam, homens fadados a viverem como animais
selvagens.
Romance de cunho social, O Cortiço, de Aluísio Azevedo,
é o marco da literatura realista-naturalista brasileira. Uma história
envolvente e sombria de uma habitação coletiva no Rio de Janeiro do Segundo
Império que tem como tema a ambição e a exploração do homem pelo próprio homem.
De um lado, João Romão, que aspira à riqueza, e Miranda, já rico, que aspira à
nobreza. Do outro lado, a "gentalha", caracterizada como um conjunto
de animais, movidos pelo instinto e pela fome (zoomorfização, figura de linguagem que tem por objetivo caracterizar atitudes de humanos aos animais.). Todas as existências se entrelaçam e repercutem umas nas
outras. O cortiço é o núcleo gerador de tudo e foi feito à imagem de seu
proprietário, cresce, se desenvolve e se transforma .
Duas grandes qualidades devem ser observadas
no estilo de O Cortiço: uma é a grande capacidade de
representação visual do autor, certamente relacionada
com sua habilidade para o desenho (Aluísio exerceu, em certa época, a atividade
de caricaturista) e que faz que tenhamos frequentemente, ao ler o romance, a
impressão de estarmos assistindo a um filme.
O determinismo também está
presente nessa obra, pois o ser humano é marcado por três importantes fatores:
meio, raça e momento histórico.
Personagens:
João Romão: português ambicioso, ajunta dinheiro por penosos sacrifícios, compra uma venda e algumas casinhas (mais a frente da narração compra mais casas – o cortiço- e a pedreira). Mora junto com Bertoleza, escrava fugida, trabalhadeira que possuía uma quitanda e economias para comprar a carta de alforria. João Romão falsifica a carta de alforria e vive com Bertoleza que é explorada constantemente pelo companheiro – comem das sobras da venda, andam de roupas pobres e gastas e vivem sem luxo algum.
Miranda: comerciante português. Principal opositor de João Romão. Mora num sobrado aburguesado, ao lado do cortiço.
Rita Baiana: dançarina provocante e sensual, namorada de Firmo (capoeira enciumado), acaba se atraindo por Jerônimo (que mata Firmo e se une a Rita).
Firmo: Namorado de Rita, é um caboclo a toa, que não faz nada e se diz capoeirista. Entra frequentemente em brigas por causa da namorada e é muito temido por onde passa.
Jerônimo: Um imigrante português que vem para o Brasil para tumultuar ainda mais as coisas no cortiço. A princípio vem com o objetivo de trabalhar e viver em paz com sua mulher e sua filha, mas como já é de saber, é impossível viver em paz em um cortiço e dessa forma Jerônimo começa logo a causar.
Adorei !!!!
ResponderExcluir