Estilística é o estudo do estilo, dos
recursos expressivos da língua, ou seja, os processos de manipulação da
linguagem pelos quais as pessoas que escreve e fala podem exprimir uma mensagem
emotiva, intuitiva ou persuasiva através das palavras. (CEGALA, Domingos P.
Nova minigramática da língua portuguesa. p.404).
A
Estilística estuda vários aspectos da linguagem, nesta unidade estudaremos a
estilística do som e a da palavra.
Estilística do som
(fonoestilística): Estuda o significado e a expressividade
produzidos por determinados sons.
Vamos
observar as sonoridades existentes dentro da fonoestilística através da
aliteração e da assonância.
Aliteração
É
a figura de linguagem que consiste na repetição insistente dos mesmos sons
consonantais como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro significativo.
Veja
os exemplos abaixo:
Três pratos de trigo para três
tigres tristes.
O rato roeu a roupa do rei de
Roma. (aliteração em “t” e em “r”)
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes
veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs,
vulcanizadas." (Cruz e Souza, Aliteração em "v").
Assonância
A
assonância é a repetição insistente dos mesmos sons vocálicos.
Exemplo:
Sou um mulato nato no sentido
lato
mulato democrático do litoral.
(Caetano Veloso, Assonância em, “o”).
As consoantes e as
vogais possuem um potencial expressivo, e sonoro, através desses sons o
enunciador pode reforçar muito mais as ideias que quer representar. Vejamos
exemplos deste potencial:
Vogais orais
[a] – Fonema sonoro, livre, sons fortes e nítidos. Muito sentido em interjeições e
onomatopeias- gargalhadas, tagarelice, blá-blá-blá (para representar risadas
e vozes altas), craque (batidas bem audíveis), claro, alvo, vasto
(claridade, brancura e vastidão).
[i]
– Sons agudos e estridentes. Agudez e estreiteza – grito, buzina riso
(para a ideia de sons agudos), sino, violino (pela aproximação da
natureza do som do próprio objeto), mínimo, fino, espinho, ironia, sutil (para
a ideia de agudez e pequenez).
[é]
– Estridência – pés.
[u]
e [ô] – Ruídos surdos, sons graves, sugerem fechamento, redondeza, tristeza, medo
e morte–bufo, urro, sussurro (ideias de ruídos surdos), oco, rolo, globo,
túmulo (enfatiza, fechamento e redondeza).
Vogais Nasais
Sons
velados, distância, lentidão, moleza, melancolia.
Exemplos:
Zunzum, zumbido, ron-ron (para sons velados), distante, longínquo (para
representar de distância), manso, lamento, langue (para moleza e
melancolia).
Consoantes
Consoantes
Oclusivas – [p], [b],
[t], [d], [k], [g]: traço explosivo, ruídos duros, ruídos secos, batidas, a
revelação de estado emocional do falante representando força e intensidade,
interjeições de surpresa.
Ex: Ora bolas! Puxa!
(para as interjeições de surpresa), rataplã, toc-toc, pum! (para ruídos
secos e de batidas), pateta, bruto (revelação de estado emocional do
falante), trote, pancada, estalo (ruídos produzidos por objetos), tirano,
ditador, prepotente (força e intensidade).
Consoantes
Constritivas – [f],
[v], [s], [z], [ch], [r], [rr], [x], [j], [l], [lh]: sugerem sons de certa
duração, como sopros, chiados e sons sibilantes Ideias de fluir, rolar,
vibração, ritmo atrito.
Ex: voz,
vento, fala (sons de certa duração e sopros), sibilo,
assovio, soluço, zunir, cochicho, lixa (sons sibilantes e chiados), bola,
amarela, rola (enfatiza fluição e rolar), rachar, ranger, roer, ruir
(sons de vibração, ritmo e atrito).
Consoantes
Nasais – [m], [n], [nh]:
Moleza, doçura, suavidade e delicadeza.
Ex:
ameno, mole, amor, meigo, sonho, mel, ninar, harmonia.
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